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Maia, Portugal
não falo, não suspiro, não pestanejo, não rio, não choro. apenas escrevo...

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

que dia!

Bem, que dia! Acordei tipicamente mal disposta, vi que estava a chover e pior fiquei. Saí de casa e fui para a Maia com a Ariana. Andamos lá às voltas de um lado para o outro, até que finalmente chegamos à escola. Primeiro intervalo perdido. 12.15 tinha psicóloga; 12:00 estava na papelaria. Dei de caras com quem não queria, continuo desgastada quando te vejo, apesar da minha vontade ser de ir dar-te um enorme abraço.
Fizeram-se horas e lá fomos. Estava nervosa, o meu coração batia depressa demais, não queria sair de lá pior do que tinha entrado. Bati à porta e entrei. Conversamos, tirei dúvidas, expus as minhas questões. Entretanto, hora de vir embora. Saí de lá pensativa, demasiado pensativa. Almoçamos e de seguida fomos todos para o nosso cantinho, as escadinhas ao lado do D. A Cátia estava com a guitarra e esteve a tocar e a cantar para nós, até que a meio de uma música, começou a chover. Arrepiei-me toda, fez-se um grande sorriso nos meus lábios e lágrimas de felicidade e amor derramaram instantaneamente. Saí dali, fui ter com o Gaspar. Cheguei à beira dele e abracei-o como nunca, agarrei-o como se ele me estivesse a escapar sem eu dar conta. Eu precisava: precisava dele junto a mim, perto de mim, agarrado a mim, abraçado a mim. E ali permanecemos durante longos minutos, sem eu declarar uma palavra que fosse. Um silêncio ensurdecedor permanecia naquele círculo de nós os dois. Tocou e tive que ir para dentro e ele embora. Uma secante aula de matemática me esperava. Não estava com vontade de fazer nada; mas lá se passou. Cheguei cá fora, pus os fones nos ouvidos, o carapuço na cabeça, estava frio, e caminhei até à sala como se não houvesse ninguém à minha volta. Cheguei ao destino e sentei-me no chão. Senti passos à minha beira, a presença de alguém do meu lado. Ignorei, não queria falar com ninguém. Ali fiquei, a chorar. Começou a juntar-se gente à volta das nossas pessoas. Uns a acariciar, outros a consolar, outros a olhar; ninguém ficou indiferente. Éramos três perdidas, a chorar, cada uma pelo seu motivo. Chegou o Pedro Gonçalves, era DELE quem eu precisava, era ele quem me compreendia, era ele quem me ouvia. Puxou-me e estivemos a conversar. Abracei-o como se não houvesse amanhã. O abraço foi correspondido. O motivo de estar em baixo de forma não era concreto, era um aglumerado de tudo, como se tivesse feito um resumo da minha vida numas horas. Limpei as lágrimas e fomos para a aula. Estivemos em grupo e o ambiente estava insuportável. Uma nuvem carregada de chuva pairava sob as nossas cabeças. Estivemos calados tempo suficiente para perceber que estarmos assim não nos valia de nada e decidimos acalmarmos. Assim o fizemos. Sorrisos apareceram e palavras começaram a surgir. Ficamos "normais". Começamos a  brincar, a reagir e ficamos bem. Saímos da aula completamente diferentes de como tínhamos entrado. Aula seguinte, só risota. Por vezes a mais até. Mas o que interessa é que tudo ficou como nunca devia ter sido destruído.
Sou uma pita chorona e tenho dias muito cinzentos, mas bem, que dia lamechas!

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