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Maia, Portugal
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

um Refúgio, um Lugar ao Sol


A frescura que trespassa as minhas mãos, a aragem que esvoaça os meus cabelos, o biquíni laranja que contrasta com o tom moreno da pele, o sol quente que faz escorrer.


Incrível é andarmos quase um ano à espera de três meses de férias, de calor intenso, do salgado do mar, da areia macia e branca: falamos então da PRAIA.

O traje que nos satisfaz, desejado pela maioria das pessoas: calção/saia, t-shirt/top, chinelos de dedo/sandálias, biquíni/triquíni/fato de banho/calção de banho, sorvete na mão ou garrafa de água que é petrificada com os raios penetrantes. Todos procuramos o nosso lugar ao sol, aquele cantinho à beira do mar.

O local frequentado por toda a gente, sem excepção à regra: velhos e novos, gordos e magros, morenos e brancos. Tanta população desconhecida num só sítio que todos desejam, aquela segunda casa onde todos residem nas maiores horas de calor. Bendita seja a PRAIA.


Velhos sentados de baixo do guarda-sol a ver o mar e a relembrar os tempos antigos; os novos, esses… Desde crianças, que esburacam a areia até não poderem mais, fazem castelos, brincam com os baldinhos e as pazinhas, gritam a correr ansiosos por molhar os pezinhos na água; passando pelos adolescentes, que namoriscam as/os namoradas/os, apreciam os jeitosos que ficam a dar uns toques bem lá em baixo perto da espuma branca que rebenta com as ondas, mandam uns piropos às boazonas que passam bem provocantes, socializam e conhecem metade da juventude que lá permanece horas a fio, fazem juras uns aos outros e tiram fotografias que ficam de recordação e lembrança daqueles deliciosos momentos; até aos trintões que ficam a espalhar o protector nas costas do xuxuzinho, de olho bem aberto para não apanhar nenhum marmelo a olhar para aquela tentação que parece merecer uma valente trinca. Os mais gordos prometem ficar mais magros para o próximo ano, os magros tentam manter a linha, os brancos juram ficar mais morenos no verão seguinte, os morenos, bem, esses desejam-se morenos outra vez. São promessas que só a calma de inúmeros quilómetros de PRAIA guardam.


No que toca ao mar, aquela água salgada que nos transmite uma espécie de inspiração profunda, que ao olharmos para ele parece que nos hipnotiza e nos “obriga” e recordar aqueles momentos passados mais marcantes. Olhamos a linha do horizonte tão longe, mas ao mesmo tempo tão perto e aí sonhamos. Expomos o que sentimos e o que não sentimos.


Bem perto de nós, vemos um grupo de surfistas que nos ensinam a valentia e coragem que paira sobre o equilíbrio das ondas; e sentados ao nosso lado, estão vários pescadores agarrando com força as suas canas de pesca que nos ensinam a paciência e a paz de espírito que está presente naquele pedaço.


Opções e lições de praia temos muitas: Podemos optar por ficar horas a torrar ao sol, de baixo do guarda-sol, atrás do pára-vento, a ler um livro, a brincar, a chapinar no mar, ou simplesmente a olhar para o infinito que muitas das vezes nos diz mais do que aquilo que parece que nós queremos e esperamos. Mas o ideal é que colhamos a aprendizagem que nos dá a vida e que aprendamos a apreciar o que de mais magnífico existe, a beleza da natureza que envolve a PRAIA.


A verdade é que todos somos iguais. A PRAIA não faz milagres, mas dá-nos parte da sua inspiração, paz de espírito e, muitas vezes, respeito. Torna-nos mais próximos uns dos outros, apesar de não nos conhecermos todos. Mostra talvez a nossa faceta mais íntima: estamos todos semi-nus, seja na toalha ou na água. Expomos os óculos escuros e os biquínis novos, as havaianas e as cadeiras de praia confortáveis. A do outro pode ser melhor que a minha, ele ter de marca e eu não ter, ele ser esbelto e eu ser uma menina de campo. Mas comparamos isso com a imensidão do sol, da água e da areia e ai é que nos tornamos iguais com todas as nossas diferenças.


Abençoado seja este spot e os nossos três meses de calor, porque quando for grande, vou comprar uma casa em frente à PRAIA




2 comentários:

  1. que texto lindo, meu deus :o
    realmente a praia tranquiliza-nos imenso, faz-nos por as ideias em claro, mesmo sem falar olha-mos para o mar e sentimos nos muito mais leves. E eu adoro a praia porque um dos melhores dias da minha vida foi passado lá.
    (babu)

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  2. texto mais lindo :o
    também amo a praia *.*

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